A necessidade de se falar de
humanização no atendimento em saúde surge quando se constata que a evolução
científica e técnica dos serviços de saúde não têm sido acompanhadas por um
avanço correspondente na qualidade do contato humano. Parece que, em muitos
ambientes hospitalares, o diagnóstico e os procedimentos de tratamento, assim
como a autoridade do médico e de alguns profissionais da área dispensam,
definitivamente, qualquer iniciativa para melhorar o contacto interpessoal, o
conforto e qualidade de vida do paciente
Os procedimentos médicos e a
metodologia do atendimento em saúde, sejam de responsabilidade dos médicos ou
do pessoal da área, na maioria das vezes, subestima e desconsidera as
necessidades emocionais e psíquicas dos usuários. Os motivos do distanciamento
humano no atendimento em saúde podem ser muitos e, compreensivamente, não
poderão ser esmiuçados aqui. Entretanto, grosso modo, muito mais que nas
eventuais dificuldades de recursos materiais, como se alega sempre, o descaso
humanitário deve ser procurado na intimidade das pessoas que atendem a área da
saúde, seja na empáfia, na arrogância, no simples descaso, na falta de vocação,
no desinteresse, na insensibilidade e assim por diante.
Muitas dificuldades enfrentadas
pelos usuários da saúde poderiam ser evitadas quando se ouve, compreende,
acolhe, considera e respeita suas opiniões, queixas e necessidades, ao
contrário do que tem sido feito em alguns serviços de saúde, nos quais os
usuários são, basicamente, impedidos de se manifestar e de participar dos
procedimentos necessários a eles próprios.
Humanizar o atendimento em saúde
é enaltecer o desejável comportamento ético e o arsenal técnico-científico, com
os cuidados dirigidos às necessidades existenciais dos pacientes. Humanizar é
também investir em melhorias nas condições de trabalho dos profissionais da
área, é alcançar benefícios para a saúde e qualidade de vida dos usuários, dos
profissionais e da comunidade.
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