O DIFÍCIL NÃO É FAZER 100 ANOS, O DIFÍCIL É TER UM ANO COMO O SANTOS.
Trajetória
O
Santos FC foi fundado no dia 14 de abril de 1912, por iniciativa de três
esportistas da Cidade (Francisco Raymundo Marques-foto-, Mário Ferraz de Campos e Argemiro
de Souza Júnior) que convocaram uma assembleia na sede do Clube Concórdia
(localizado na Rua do Rosário nº18, na parte superior da antiga padaria e
confeitaria Suissa - Atual Avenida João Pessoa), para a criação de um time de
futebol. Durante a reunião, surgiu a dúvida quanto ao nome que seria dado a
essa agremiação. Várias sugestões apareceram: Concórdia, África, Brasil
Atlético, entre outros. Mas os participantes da reunião aclamaram, por
unanimidade, a proposta de Edmundo Jorge de Araújo: a denominação Santos
Foot-Ball Club.
A
primeira diretoria foi formada por:
Presidente - Sizino Patusca (foto)
Vice-presidente - George Cox
1º secretário - José G. Martins
2º secretário - Raul Dantas
1º tesoureiro - Leonel Silva
2º tesoureiro - Dario Frota
Os diretores eram: Augusto Bulle, João Carlos de Mello, Henrique Cross,
Francisco Raymundo Marques, Cícero F. da Silva e Jomas de C. Pacheco.
A
primeira apresentação do time, considerada como jogo-treino, ocorreu no dia 23
de junho de 1912, no campo da Villa Macuco, contra um combinado local. O
confronto foi vencido pelo Santos pelo placar de 2 a 1, com gols de Anacleto
Ferramenta e Geraule Ribeiro. O time entrou em campo com: Julien Fauvel; Simon
e Ari; Bandeira, Ambrósio e Oscar; Bulle, Geraule, Esteves, Fontes e Anacleto
Ferramenta.
O
primeiro jogo tido como oficial aconteceu apenas em 15 de setembro de 1912. O
Santos venceu o Santos Athletic Club (atual Clube dos Ingleses) por 3 a 2, no
campo da Avenida Ana Costa, nº 22 - local onde hoje se encontra a Igreja
Coração de Maria. O primeiro gol do confronto foi marcado por Arnaldo Silveira
(que tinha o apelido de Miúdo). O tento é considerado o primeiro da história do
Clube. Os outros dois gols foram anotados pelo próprio Miúdo e por Adolpho
Millon Júnior. O time estreante entrou em campo com a seguinte formação: Julien
Fauvel; Sidnei e Arantes; Ernani, Oscar e Montenegro; Millon, Hugo, Nilo, Simon
e Arnaldo Silveira.
Já
no início de 1913, o Santos recebeu um convite da Liga Paulista de Futebol para
disputar o campeonato estadual daquele ano. Esta foi a primeira competição
oficial disputada pelo Clube. A estreia aconteceu no dia 1º de junho, diante do
Germânia. O resultado, porém, não foi nada animador: derrota por 8 a 1. O
Santos jogou com Durval Damasceno, Sebastião Arantes e Sydnei Simonsen; Geraule
Ribeiro, Ambrósio Silva e José Pereira da Silva; Adolfo Millon, Nilo Arruda,
Anacleto Ferramenta, Harold Cross e Arnaldo Silveira.
Três
semanas depois, no dia 22 de junho, o time santista conquistava sua primeira
vitória em uma competição. E logo diante daquele que viria a se tornar seu
maior rival: 6 a 3 contra o Corinthians no Parque Antárticta (atual Palestra
Itália).
Ainda
em 1913, foi disputado pela primeira vez, o Campeonato Santista de Futebol,
contando com a participação de Santos, América, Escolástica Rosa e Atlético. O
Alvinegro Praiano foi o grande campeão, com seis vitórias em seis jogos, 35
gols pró e apenas sete contra. Este foi o primeiro título da história do Clube.
Desde
os primeiros anos de existência, o quadro de futebol do Santos obteve êxitos
memoráveis, tanto em jogos locais como internacionais. Seu primeiro título de
Campeão Paulista aconteceu em 1935, dois anos após o profissionalismo futebol
brasileiro.
Em
1955, após 20 anos sem ser campeão paulista, o Santos voltou a conquistar outro
título estadual. Na final da competição, a equipe santista venceu o Taubaté por
2 a 1, sob o comando do técnico Lula. A equipe foi formada por: Manga; Hélvio e
Feijó; Ramiro, Formiga e Urubatão; Tite, Negri, Álvaro, Del Vecchio e Pepe.
No
ano seguinte, chegaria à Vila Belmiro, trazido pelas mãos de Valdemar de Brito,
o menino Pelé, de 15 anos, que deu de novo impulso à história do Santos,
levando-o a conquistas que enalteceram o futebol brasileiro no planeta. O
Santos de Pelé fez seu nome no exterior. Praticamente deu a volta ao mundo,
encantando torcedores com o futebol mágico de seus craques. Formou um ataque
memorável: Dorval, Mengávio, Coutinho, Pelé e Pepe. Nesse período, o Santos foi
Bicampeão Mundial Interclubes (1962/1963), Bicampeão da Taça Libertadores da
América (1962/1963), entre outras glórias.
Após
a Era Pelé, o Santos Futebol Clube continuou seu caminho de glórias. Em 1978
formou um time campeão. Os Meninos da Vila, apelido dado pela juventude dos
atletas da equipe, conquistaram o Campeonato Paulista de 1978. Destacaram-se na
época Juary, Pita, Ailton Lira entre outros.
O
estadual voltaria a ser conquistado pelo Clube em 1984. Já em 1997, foi
levantado o troféu do Torneio Rio-São Paulo e, em 1998, a Taça Conmebol.
Em
2002, ano em que o clube completou 90 anos, o Santos conquistou, pela sétima
vez, o principal torneio nacional (o Campeonato Brasileiro). O time que
conseguiu a conquista foi, basicamente, formado dentro da Vila Belmiro. Os
Meninos da Vila viraram febre no Brasil inteiro e a dupla Diego e Robinho se
tornou símbolo de um futebol vistoso e alegre. No ano seguinte, com a base
mantida, o Peixe chegou aos vice-campeonatos da Libertadores da América e do
Campeonato Brasileiro.
Já
em 2004, viria o oitavo título Brasileiro da história do Clube. Ainda com
Elano, Léo e Robinho na equipe, o Peixe disputou um campeonato no formato de
pontos corridos emocionante. O time assumiu a ponta da tabela apenas na
penúltima rodada da competição. No último jogo, 2 a 1 sobre o Vasco e mais um
caneco para a galeria de títulos do Clube.
No
biênio 2006/2007, a torcida comemoraria o bicampeonato Paulista. O primeiro foi
levantado na Vila Belmiro, na última rodada do estadual, que, naquele ano, fora
disputado no formato de pontos corridos. No ano seguinte, a taça foi erguida
após decisão de 180 minutos contra o São Caetano. As duas partidas ocorreram no
Morumbi. No primeiro jogo, 2 a 0 para os adversários. O Alvinegro Praiano
devolveu o placar no segundo confronto, ficando com o título por ter tido
melhor campanha.
Em
2009, começou a aparecer a terceira geração de Meninos da Vila, comandada por
Neymar e PH Ganso. Naquela temporada, o time ficou com o vice-campeonato
Paulista. Já em 2010, com o craque Robinho como mentor e também a presença de
Léo - que havia retornado no ano anterior -, o time conquistou o Paulistão e a
primeira Copa do Brasil de sua história.
Em
2011, mais uma temporada vitoriosa e o retorno de Elano. Primeiro, foi
levantado o caneco do Paulistão após decisão contra o Corinthians. No primeiro
jogo, 0 a 0 no Pacaembu. Na segunda partida, 2 a 1 na Vila Belmiro. O confronto
ainda marcou o primeiro título conquistado pelo Peixe no Estádio Urbano
Caldeira com uma final (formato mata-mata).
Na
sequência, a Taça Libertadores (terceira do Peixe), cravando de vez na história
do Clube a geração Neymar e PH Ganso, além de nomes como Arouca, Danilo, o
próprio Elano, o capitão Edu Dracena, Léo - santista com mais títulos após a
Era Pelé -, Rafael, entre outros. A conquista veio sobre o Peñarol, do Uruguai,
que, por coincidência, já havia decidido o título da competição com o Alvinegro
em 1962. Após um 0 a 0 no Centenário de Montevidéu, o Peixe venceu por 2 a 1 no
Pacaembu, com gols de Neymar e Danilo.
AS CORES DO CLUBE
Certamente, a grande maioria dos torcedores santistas não imagina que, nos seus
primeiros meses, o clube era tricolor, tendo como cores oficiais branco e azul,
com frisos dourados.
Na
prática, porém, os dirigentes do Santos encontravam enormes dificuldades para
confeccionar camisas e calções nessas cores. Esse problema fez com que esse
assunto sempre fosse questionado.
Quase
um ano depois, no dia 31 de março de 1913, na terceira reunião da diretoria, o
sócio Paulo Peluccio sugeriu que o clube passasse a adotar o seguinte uniforme:
calção branco e camisa listrada de branco e preto.E conseguiu aprovação geral
dos presentes. Na oportunidade, o então presidente do Santos, Francisco
Raymundo Marques (que assumia o cargo na mesma data), apresentou os modelos da
bandeira do clube, que passaria a ser "branca, diagonalmente atravessada
por um faixa preta com as iniciais do Club em letras brancas".