O líder do Partido da República na Câmara dos Deputados, Lincoln Portela (MG), nega que a sigla esteja pressionando a presidente Dilma Rousseff a manter o ministério dos Transportes nas mãos de um correligionário. Ele ainda avalia que o afastamento do ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM), após denuncias de corrupção, foi uma tentativa de derrubar o partido.
- O PR incomoda muita gente, quem é que não quer essa pasta?
Líderes petistas e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati, anunciaram que o PR vai permanecer com a vaga, que ocupa desde 2003. "Mas isso não somos nós que estamos pressionando, o PR não é dono do ministério".
Ministro desde o governo Lula, Nascimento pediu demissão após a revelação de irregularidades em obras. Segundo reportagem da revista Veja, pessoas ligadas ao ministério movimentavam um esquema apoiado na cobrança de propina a empreiteiras e a empresas de consultoria responsáveis pela elaboração de projetos de obras em rodovias e ferrovias. Nascimento teria favorecido diretamente colegas do PR e recebido instruções do secretário-geral do partido, Valdemar Costa Neto, de acordo com a revista.
"Essa denuncia não procede", contesta Portela. Ele se irrita ao dizer que "pessoas inocentes estão sendo envolvidas".
Por enquanto, o Ministério será comandado interinamente por Paulo Sérgio Passos, antigo secretário executivo. Passos é homem de confiança de Dilma e filiado ao PR, mas o partido sinalizou que não aceitaria a manutenção dele no comando. "A escolha será debatida com a liderança do Senado e com Blairo Maggi (PR-MT)", revela Portela. Ele insiste, porém, que o nome não será uma imposição do partido:
- A presidente Dilma pode fazer a indicação mais competente, faremos apenas uma sugestão. Mas, em relação ao partido, não temos claro que o Paulo Sérgio seria um nome que o partido indicaria.
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