sábado, 30 de abril de 2011

FUTEBOL, O OUTRO LADO DA MOEDA


Ezequiel nunca foi um craque, mas com sua raça virou o xodó da torcida do Corinthians no primeiro título brasileiro de 1990 e conheceu as glórias do futebol. Vinte anos depois, o ex-jogador vive situação bem diferente e passa por dificuldades financeiras. Mas aposta em seu filho Gabriel, de 14 anos, para ser o novo ídolo do time que o consagrou e até do mundo.
Quase uma década depois de encerrar a carreira na Ponte Preta, Ezequiel admite que em muitos momentos não teve ‘os pés no chão’ para administrar a mudança brusca da vida humilde que levava para o estrelato. Isso interfere até hoje.
“Não juntei (dinheiro) o quanto poderia, mas Deus me deu força. Quando não tem dinheiro, a sogra ajuda, minha esposa também ajuda muito”, disse. “Como arroz e feijão todo dia, não precisa do file mignon, dá para comer o pé de frango e o pescoço. Rezo para que nunca deixe faltar, enquanto está pingando está bom. Não pode é deixar secar”, completou.
O ex-volante já viveu momentos mais difíceis quando pendurou as chuteiras em 2002 e se viu sem o que mais amava: o futebol. Mas depois de trabalhar como entregador de remédios, ele voltou a fazer o que lhe dá prazer. Além de atuar em partidas de máster, dá aulas em uma escolinha de futebol em Campinas.
São cerca de cinco jogos por mês que lhe rendem de R$100 a R$200 cada. Na escolinha, os 40 a 50 alunos pagam R$45 mensais. Mas esse dinheiro é dividido entre os donos. A renda de Ezequiel também não fica só para ele. Ele precisa sustentar a família e os sete filhos, sendo que dois ainda moram com ele.

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