O Arena Fundo de Investimento tem dois sócios
iniciais, a Odebrecht e o Banco do Brasil. “Tecnicamente, o Corinthians só será
dono do estádio quando terminar de pagar a dívida de R$ 740 milhões, em 12 anos
(incluindo juros e taxas de risco no total de R$340 milhões)”, revelou uma
fonte ao UOL Esporte .
Nesse caso, a despesa anual do Corinthians ficaria
acima de R$ 60 milhões ou cerca de R$ 5 milhões mensais, informou o mesmo
analista.
A proposta de empréstimo enviada ao BNDES contempla
também uma carência de até três anos para ser iniciado o pagamento.
Para agilizar o processo de aprovação das garantias
oferecidas, os bancos envolvidos teriam exigido a consignação da renda do clube
para evitar calote das parcelas, mas o clube não teria concordado.
Outra informação importante cerca o batismo da nova
arena, que deverá abrir a Copa 2014: o direito de batismo do estádio (naming
rights) faz parte do fundo de investimento e não seria vendido
separadamente, segundo um analista que leu o documento assinado por Rosemberg,
antes de ser enviado ao MPE.
O MPE e o Ministério Público Federal investigam os
detalhes das operações de isenção tributária assinadas pelo governo federal,
estadual e municipal. O inquérito do MPE deve ser concluído em abril. O MPF
expediu ofícios para ouvir os envolvidos também.
A maior parte dos investimentos necessários à
conclusão do Itaquerão virá dos certificados de incentivo ao desenvolvimento
(CIDs). Sem os juros, a remoção dos dutos e os assentos móveis, o custo oficial
do estádio ficará em R$ 820 milhões.
Os títulos da prefeitura têm valor de face de R$
420 milhões. O BNDES oferece até R$ 400 milhões de empréstimo a todas as sedes
necessitadas.
Desde maio de 2011, Odebrecht e Corinthians tentam
montar uma proposta de empréstimo junto ao BNDES, mas a dificuldade tem sido
grande quanto à oferta das garantias reais exigidas pelo banco estatal.
Para receber R$ 400 milhões, o BNDES exige R$ 520
milhões de garantias reais de empresas (como a Odebrecht) que não operam na
Bolsa de Valores de São Paulo. Para empresas que operam na Bovespa, as
garantias são iguais ao valor emprestado.
Sem dinheiro oficial até agora, a Odebrecht tenta o
segundo empréstimo particular no sistema financeiro para cumprir os prazos de
entrega da obra. O Banco do Brasil aparece como intermediário da operação, que
pode ser concluída nos próximos dias, no formato de empréstimo-ponte, junto ao
próprio BNDES.
Uma fonte ligada ao sistema financeiro garantiu
nesta sexta-feira que o BB “pode intermediar a operação toda junto ao BNDES e
ter um ganho extra com taxa de risco de até 3,57% ”.
Alegando sigilo comercial, a assessoria do Banco do
Brasil, em Brasília, afirmou que os diretores da instituição não comentariam os
detalhes do empréstimo principal nem a tentativa de empréstimo-ponte junto ao
BNDES, para reforçar o caixa da Odebrecht.
O vice-presidente do clube, Luis Paulo Rosemberg,
não retornou as ligações feitas pela reportagem.
Fonte: uol.com.br
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