A partir de segunda-feira, 466
médicos recém-formados vão reforçar as equipes do Programa de Saúde da Família
(PSF) de 191 municípios de Minas. Eles receberão bolsa de R$ 8 mil por mês,
durante um ano, do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica
(Provab), do Ministério da Saúde.
Segundo o secretário Nacional de
Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, além de reduzir o déficit de médicos em
unidades básicas, o Provab busca qualificar esses profissionais em início de
carreira.
“Eles serão acompanhados à
distância e de forma presencial, com avaliações trimestrais, pelas
universidades federais parceiras. O objetivo é que, após os 12 meses do
programa, os médicos continuem no Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz o
secretário.
Insatisfação
Mas alguns médicos que aderiram
ao Provab demonstram insatisfação, sobretudo, com o valor da bolsa.
“Me inscrevi no programa única e
exclusivamente porque ele me dá direito a 10% sobre a pontuação da prova de
residência. As vagas são muito concorridas e esses pontos extras podem ser
decisivos”, afirma Jordana Fernandes.
Formada pela Universidade Federal
de Minas Gerais, em 2011, ela estava trabalhando em hospitais da capital
paulista. Agora, pelo Provab, vai exercer a profissão em Uberlândia, no
Triângulo Mineiro.
Gisele Maria Honori Silveira
Rocha está trocando o consultório em Sabará por outro em Betim, municípios da
Região Metropolitana de Belo Horizonte.
“A carga de trabalho do Provab é
de 40 horas semanais. Trabalhando três vezes por semana, ganho o valor da bolsa
e ainda sobra tempo para estudar”, disse a médica recém-formada.
Sem atendimento
Segundo o presidente do Sindicato
dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), Cristiano da Matta Machado, pelo menos
cem dos 853 municípios do Estado não contam com atendimento médico básico.
O Provab prioriza as periferias,
regiões menos assistidas e de pessoas carentes, incluídas em outros programas
federais, como o Bolsa Família. “Faltam médicos no Brasil e a população está
envelhecendo. Em Minas, a falta de profissionais é mais crítica no Norte e
vales do Jequitinhonha e Mucuri”, diz Machado.
Em todo o Brasil, serão 4.392
médicos atuando no PSF por meio do Provab, em 1.407 municípios. “Os
profissionais que se inscreveram tiveram seis opções de local de trabalho. A
proposta do programa é formar especialistas e ampliar a residência no PSF”, diz
o secretário.
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